O terceiro livro do Aṅguttara Nikāya, a Coleção dos Discursos Numerados do Buda, reúne 352 suttas ou discursos cujo assunto se concentra em grupos de três tópicos. Por exemplo, são coletados suttas, não exaustivamente, que falam das três reações emocionais: agradável, desagradável e indiferente. Há outros suttas incluídos em outras coleções que não estão nesta. 
O livro dos três rompe com a mecânica puramente mnemônica da série "matika" dos dois primeiros livros. Este é um livro feito para ser lido. Mesmo assim, tanto o assunto quanto o conteúdo estão longe de ser interessantes, pois não relatam a vida do Buda nem incluem princípios doutrinários únicos. 
Talvez o sutta de maior interesse seja o AN 3.65: Com os kālāmas do Kesamutta, que trata da adoção de uma crença baseada em resultados e não em falácias. É um sutta longo e interessante. 
No lado oposto e marcado com um asterisco duplo (**), encontramos um par de suttas extemporâneos, fora de contexto, com uma estrutura particular e um conteúdo espúrio. São eles os suttas AN 3.80: Menor e AN 3.107: Lamentações. 
"Minor" é um discurso semelhante, tanto estruturalmente quanto em conteúdo, aos suttas decadentes que Gogerly encontrou ao chegar ao Sri Lanka no século XIX, caracterizado por descrever o Buda como um ser entre mitológico e fantástico, dotado de poderes mágicos, muito ao gosto do excesso oriental. Assim, podemos ver aqui o Buda dando vozes ouvidas em todas as galáxias e, no final do sutta, a imaginação corre solta quando o Buda se torna um profeta, prevendo que: "Ānanda se extinguirá na vida presente", o que acabou se revelando falso. Todo sutta falso tem uma intenção bastarda e, nesse caso, é para rebitar a ortodoxia e a confiabilidade de um dos líderes do Primeiro Conselho que, longe de ser digno, não conseguiu nada, pois estava mais ocupado com o comércio de mantos do que com a prática. O outro sutta apócrifo é o AN 3.107: Lamentações, um sutta estranhamente estruturado que se resume a uma repreensão contra pessoas que ouvem música ou riem. O autor não se atreveu a atribuir ao Buda a autoria da repreensão e deixou-a em um simples "é considerado".